Alguns de vocês já devem ter ouvido falar do Pseudochromis “Indigo” (foto ao lado). Essa espécie, na realidade, não existe. É um híbrido de Pseudochromis fridmani x Pseudochromis sankeyi. Portanto, como esses peixes são hermafroditas bi-direcionais, quem tiver um de cada em seu aquário fatalmente vai acabar com um casal. No entanto, infelizmente, a Eco-Reef não os produz pois muitos dos juvenis oriundos desse cruzamento saem com coloração indesejada. Além do mais, não há muito interesse do mercado neles...
Sabiam que temos espécies de corais invasores em nossa costa? Temos a Tubastraea coccinea (o famoso Coral-Sol), que é originário do Indo-Pacífico e está amplamente distribuído no Oceano Atlântico, particularmente abundante na costa da região Sudeste do Brasil. E mais recentemente, há cerca de 6 meses, foi descoberta a presença de Xenia sp., também do Pacífico, em Angra dos Reis! Portanto, vale ressaltar que corais (ou quaisquer outros organismos) exóticos jamais devem ser liberados na natureza.
Vocês sabiam que existem três tipos básicos de recifes? Recife de franja, recife de barreira e recife de atol. Os três partem da mesma formação geológica: uma ilha. Conforme a ilha subside (afunda) ou o nível do mar se eleva, são produzidos estes três diferentes tipos de recifes. No caso do recife de franja, a construção recifal está imediamente próxima à praia; no caso do recife de barreira, está um pouco afastada, formando uma barreira. E no último caso (atol), a ilha subsidiu totalmente e sobrou somente a construção recifal.
Organismos endêmicos são aqueles que são restritos a uma determinada área geográfica – ocorrem somente por lá. E o Brasil possui vários peixes endêmicos de sua costa e recifes de corais, como o Thalassoma noronhanum (foto ao lado), o Gramma brasiliensis e o Elacatinus figaro (Yellow Neon Goby, produzido pela Eco-Reef!), entre outros.
Muitos de vocês devem ouvir o termo “larva” por aí, mas poucos verdadeiramente sabem o que é uma larva. Pois bem, a larva é um estágio de desenvolvimento que apenas certos grupos de animais apresentam. É distintivo por ser morfologicamente bastante diferente do adulto, também por tipicamente apresentar hábitos de vida e alimentares também diferentes. Eventualmente, as larvas sofrem a metamorfose, quando sua morfologia e hábitos mudam drasticamente em pouco tempo, as tornando similares aos adultos, mas ainda imaturas – portanto, juvenis.
Por exemplo: uma larva de um poliqueta não possui tubo, apresenta estruturas natatórias, habita o plâncton (coluna d’água) e normalmente se alimenta do vitelo. Já o adulto possui tubo calcáreo (no caso dos Serpulidae), possui reduzida capacidade de locomoção, habita o bentos (substrato), e se alimenta de fitoplâncton e material orgânico particulado e dissolvido.
Pessoal, aqui divulgaremos o protocolo de quarentenamento de peixes da Eco-Reef, para AQUARISTAS ou quem vai quarentenar POUCOS peixes:
Material necessário:
Sulfato de cobre (CuSO4)
- Receita manipulada da Eco-Reef: 1000 mL de água destilada, 39 g de CuSO4 pentahidratado e 2,5 g de ácido cítrico
Formalina (formaldeído 37% em solução aquosa)
Água doce deionizada
03 frascos de vidro com tampa
Compressor de ar, 02 mangueiras de silicone e 02 pedras porosas
Etapas:
***Primeiro dia
- Retirar peixe do saquinho e imediatamente colocá-lo em um frasco (A) com 1 L (para peixes de pequeno porte como um peixe-palhaço) de água salgada.
- No mesmo frasco, adicionar formaldeído em concentração final de 150 mg L-1 (0,15 mL por L se estiver usando formaldeído 36-38%). Manter por 1 hora.
- Remover o peixe e dar um banho de água deionizada (temperatura ambiente, não precisa equilibrar o pH) por 2 minutos.
- Colocar o peixe em um novo frasco (B) com 1 L de água salgada, com pedra porosa conectada ao compressor de ar.
- Adicionar ao frasco B o sulfato de cobre (CuSO4) para que os íons cobre (Cu+2) fiquem em concentração final de 0,2 mg L-1.
*Se for usar a receita da Eco-Reef, pegue 1 mL da receita de cobre e adicione 100 mL de água deionizada. Misture e pegue 2,5 mL dessa solução e coloque no frasco B com o peixe.
***Segundo dia
- Adicione mais 2,5 mL da solução de cobre ao frasco B.
***Terceiro dia
- Transfira o peixe para um novo frasco (C) com água salgada e uma nova pedra porosa. Adicione 2,5 mL da solução de cobre. Pegue o frasco B, sua mangueira e pedra e deixe mergulhado em álcool.
***Quarto dia
- Retire o peixe do frasco e repita o banho de formaldeído.
- Devolva o peixe ao frasco e adicione 2,5 mL da solução de cobre.
***Quinto dia:
- Pegue o frasco B, sua pedra e mangueira e enxagüe muito bem em água doce. Secar bem.
- Transfira o peixe de volta para o frasco B, com água salgada nova.
- Adicionar 2,5 mL da solução de cobre.
***Sexto dia:
- Adicionar 2,5 mL da solução de cobre.
***Sétimo dia
- Repetir banho de formaldeído
- Repetir banho de água deionizada
- Peixe está liberado para entrar no aquário
Observações:
- não é necessário fazer teste de cobre.
- alimente apenas uma vez por dia.
- mantenha a temperatura entre 23 e 29ºC.
ATUALIZAÇÃO: Uma explicação em vídeo desse protocolo foi disponibilizada pelo canal Reef and Dive: https://www.youtube.com/watch?v=xVuFvhgG2Y8&t=1s
Pessoal, aqui divulgaremos o protocolo de quarentenamento de peixes da Eco-Reef, para LOJISTAS ou quem vai quarentenar MUITOS peixes:
Material necessário:
Sulfato de cobre (CuSO4)
- Receita manipulada da Eco-Reef: 1000 mL de água destilada, 39 g de CuSO4 pentahidratado e 2,5 g de ácido cítrico
Formalina (formaldeído 37% em solução aquosa)
Água doce deionizada
01 recipiente com tampa
Etapas:
***Primeiro dia
- Retirar peixe do saquinho e imediatamente colocá-lo no recipiente com 1 L (para peixes de pequeno porte como um peixe-palhaço) de água salgada.
- No mesmo frasco, adicionar formaldeído em concentração final de 150 mg L-1 (0,15 mL por L se estiver usando formaldeído 36-38%). Manter por 1 hora.
- Remover o peixe e dar um banho de água deionizada (temperatura ambiente, não precisa equilibrar o pH) por 2 minutos.
- Colocar o peixe em um sistema de quarentena recirculado (com sump), contendo: bomba de recalque, skimmer, aquecedor, iluminação (qualquer tipo), reposição de água doce. Trate com o mesmo cuidado que tomaria com uma bateria de peixes normal.
- Adicionar ao sistema o sulfato de cobre (CuSO4) para que os íons cobre (Cu+2) fiquem em concentração final de 0,2 mg L-1.
*Se for usar a receita da Eco-Reef, use 2,5 mL para cada 100 L de água salgada.
***Quarto dia
- Retire o peixe do frasco e repita o banho de formaldeído.
- Devolva o peixe ao sistema de quarentena.
***Sétimo dia
- Repetir banho de formaldeído
- Repetir banho de água deionizada
- Peixe está liberado para entrar na bateria de venda
Observações:
- meça o cobre diariamente (muito importante!) e reponha sempre que necessário.
- mantenha amônia total abaixo de 1 mg L-1 e nitrito abaixo de 0,05 mg L-1; fosfato e nitrato não deverão acumular neste protocolo.
- alimente bem os peixes.
- certifique-se de que há espaço confortável para todos os peixes.
Pessoal, muitos se perguntam sobre qual é a melhor ração para o peixe marinho. Primeiro, deve se conhecer a dieta da espécie de interesse, se é carnívoro, onívoro, etc. Isto sabido, a ração deve possuir bom desempenho em todas as seguintes categorias: atratividade (o peixe deve se interessar e atrair pela ração), palatabilidade (deve ser palatável, “gostoso”), digestibilidade (não basta ingerir; tem que ser algo que ele consiga digerir em sua maioria) e valor nutricional. Na hora de escolher, procure rações granuladas ou peletizadas (de maneira que os compostos lábeis não tenham sido perdidos), com cheiro de peixe seco (indica a presença de farinha de peixe, um importante ingrediente), coloração avermelhada (indica a potencial presença de astaxantina) e composta majoritariamente por ingredientes de origem marinha.
A Eco-Reef possui uma relação bastante estreita com tridacnas e seu cultivo. Nunca fizemos comercialmente, porém várias vezes em caráter acadêmico e experimental. Enfim, vocês conhecem as principais espécies de tridacnas? É possível diferenciá-las pela morfologia do manto, mas o principal órgão de caráter taxonômico é a valva (concha). Vejam as fotos acima para saberem como distingüí-las!