Esta é a foto do primeiro Chaetodon striatus cultivado do planeta! Essa espécie é abundante no Brasil, mas também ocorre no Caribe. O competente grupo da Rising Tide conseguiu produzir apenas um juvenil, mas já é um marco! Que nós sabemos, já é a terceira espécie de borboleta cultivada (C. sedentarius e C. miliaris já haviam sido cultivados também). E o técnico que realizou este cultivo é um importante parceiro da Eco-Reef! Então ficamos felizes por ele e orgulhosos.
Pessoal, nesses difíceis tempos da epidemia do novo coronavírus, a intenção desse blog é estimular a leitura e, portanto, que as pessoas fiquem em casa. Vocês sabiam que está LOTADO de vírus nos oceanos e nos nossos aquários? Na realidade, os vírus provavelmente são os organismos mais abundantes no oceano! Vírus são organismos microscópicos tipicamente compostos por uma ou algumas moléculas de DNA ou RNA revestida por um envoltório protéico. Mas vírus são importantíssimos no meio marinho. Sabem quem eles gostam de atacar? As cianobactérias do plâncton! E com isso, essas cianobactérias mortas carregam carbono para o oceano profundo, que é muito pobre em alimento. Por isso, vírus podem ser muito do bem!
Pessoal, nós aquaristas estamos acostumados a ouvir que corais se alimentam de luz, através da fotossíntese realizada pelas zooxantelas. No entanto, corais possuem três maneiras independentes de se alimentar: (i) predação sobre o zooplâncton (chamada de heterotrofia), (ii) aquisição de matéria orgânica dissolvida (osmotrofia) e (iii) fotossíntese realizada pelas zooxantelas (autotrofia). Carinhosamente, nós da Eco-Reef chamamos isso de o “tripé alimentar” ou “tripé trófico” dos corais. Portanto, um coral muito bem nutrido deve receber as três coisas: bastante zooxantelas e boa iluminação, matéria orgânica dissolvida (produtos ou restos de ração e excretas) e zooplâncton!
Pessoal, os peixes Amphiprion ocellaris e A. percula são os mais populares do aquarismo marinho. No entanto, os aquaristas ainda encontram bastante dificuldade sobre como diferenciá-los. Pois bem, vamos resolver isso agora mesmo. Existem três diferenças: (i) Nadadeira: na primeira nadadeira dorsal, o A. ocellaris possui 11 espinhos, enquanto o A. percula possui apenas 10; (ii) Olho: o olho do A. percula contém bastante pigmentação laranja, enquanto o do A. ocellaris é bem mais escuro; e (iii) Faixas: as faixas do corpo do A. percula possuem uma borda preta mais grossa e levemente opaca. Pronto - agora não há mais erro!
Bem, não exatamente, mas quase lá. Tanto palhaços quanto donzelas pertencem a família Pomacentridae, embora façam parte de subfamílias diferentes. Os palhacinhos são da subfamília Amphiprioninae, enquanto as donzelas são distribuídas em várias outras subfamílias. Mas é inegável que o parente mais próximo dos palhaços é a donzela.
Prezados, vocês já ouviram do PAN Corais (Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos)? Todas as espécies recifais ameaçadas de extinção estão listadas nele. Vejam o plano no link abaixo, são poucas páginas. Todas as espécies listadas por lá SÃO PROIBIDAS de se coletar ou comercializar a menos que tenha origem de aquicultura e nota fiscal. Muitas carinhas conhecidas do hobby estão por lá. Por favor vejam e divulguem.
Muitos de nós aquaristas queremos corais extremamente brilhantes em nossos tanques. Mas sabiam que este brilho muitas vezes é um grito por socorro? Corais sem um tom amarronzado são corais que perderam as suas zooxantelas (cuja cor é marrom), que são sua grande fonte de energia. Após perderem as zooxantelas, quando sob temperaturas elevadas, corais expressam proteínas de choque térmico, o que aumenta o seu brilho - como este caso em Okinawa. Portanto... corais brilhantes podem indicar corais sem zooxantelas e bastante estressados!
Prezados, a coleta, na esmagadora maioria das vezes, é algo que causa impactos negativos no ambiente marinho. No entanto, existem casos aonde a coleta é sustentável. Nessas situações, o estoque natural de uma dada espécie é explorado, porém com controle para que as populações possam sempre se renovar e serem exploradas sustentavelmente. Não existem muitos casos descritos para peixes marinhos, mas um caso emblemático é o do Paracheirodon axelrodi, o Tetra Cardinal, cujo estoque é explorado de maneira sustentável e responsável pela comunidade de Barcelos, na região amazônica. Parabéns Barcelos e vamos dar força para mais iniciativas como essa!
Pessoal, essa é a anêmona Condylactis gigantea, também conhecida como “Passiflora”. Infelizmente, é uma espécie que foi quase dizimada em certas regiões do Brasil por conta de coleta. É uma espécie ameaçada de extinção, que foi espécie-alvo de conservação no último Plano de Ação para Preservação de Ambientes Coralíneos (PAN Corais). Sua COLETA E COMERCIALIZAÇÃO SÃO PROIBIDOS. Vamos contribuir para um hobby sustentável e não-predatório. Não comprem este organismo. Divulguem!
A resposta é: depende. Depende das atitudes do aquarista. Se ele deixar os peixes mal-alimentados, doentes ou estressados, se adquirir espécies ameaçadas ou ilegais, ou de modo geral colaborar com práticas associadas com a destruição de recifes de corais, então aquele aquarista estará contribuindo para um aquarismo muito ruim. Agora, se ele der preferência para organismos que possuem origem sustentável (aquicultura ou coleta sustentável), oferecer um ambiente que os permitam viver em boas condições e (o mais importante!) utilizar o aquário como uma ferramenta de conscientização para os problemas que os recifes vem sofrendo, daí sim será um bom aquarismo! E isto vale não só para aquários privados – mas para os públicos também!